14 de nov. de 2008

DELTA ESTAVA LÁ ESPECIAL (Planeta Terra Festival 2008)









PLANETA TERRA FESTIVAL 2008
Main Stage: Kaiser Chiefs, Bloc Party, The Offspring, Jesus and Mary Chain e Mallu Magalhães.
Vila dos Galpões, São Paulo, 08/nov/2008)

Equipe Especial: Márcio Mizuhara, Dani Diniz, Flavia Scaldelai e A1000ton Cruz.

Planeta Terra, o melhor festival rock de São Paulo.

Nossa, desde os meados de 2006 (no já falecido “Live n' Louder), não comparecia num festival desse porte, da qual atraia a atenção da grande mídia e do público. Com todos os 15 mil ingresso vendidos de forma antecipada, a ansiedade era grande, principalmente por tudo que cercava esse evento: como é o local? E a organização? Como as bandas irão se portar? Questões essa prontamente respondidas no decorrer dos shows. Como acontece n a maioria dos festivais, temos sempre aquela banda que mais queremos ver (no meu caso, o Offspring), aquela que nos dá uma certa curiosidade (Bloc Party e Mallu), aquela que todos comentaram no mês anterior nos fóruns da vida (Jesus and Mary Chain) e aquela banda nova sensação que você acha “legalzinha” e torce o nariz para não gostar dela, pois a “mídia” os veneram (Kaiser Chiefs), todas essas do palco principal, o “Main Stage”. Isso sem contar as outras atrações que rolariam nos outros dois palcos postos no evento (o Indie Stage e o Dj Stage). Como não somos o nenhum super-herói, seria impossível acompanhar as outras a atrações dos outros palcos.

Chegamos ao Vila dos Galpões por volta das 18h30 e de cara a organização do Festival nos chama a atenção: não tivemos problemas para estacionar, apesar dos exorbitantes 30 reais cobrados para guardar o “rubinho”. Na entrada da Vila, nos deparamos com a distribuição para todo o público de uma “credencial”, contendo toda a programação do evento, hora´rio de shows, mapa do local, ou seja, tudo. Ponto para a produção. Com essa boa estrutura, bem sinalizado, e com muita organização, já fomos ao “Main Stage” e ficamos por lá mesmo para conferir as principais atrações:

MALLU MAGALHÃES: o novo orgulho do Brasil.
No mesmo horário do show, estava rolando o Animal Collective no “Indie Stage”. Oh dúvida cruel. Mas resolvemos ver a nova sensação hype: Mallu Magalhães. Com seu My Space sendo um dos mais visitados do mundo, a curiosidade sobre ela era enorme, principalmente sobre uma pessoa que tem 16 anos e e´ esse sucesso todo. Como ela iria reagir? Para nossa surpresa, a menina mandou muito bem. E olha que não é fácil enfrentar 10 mil pessoas com a idade que ela tem. Você teria coragem? E olha que teve muita gente em alguns blogs falando mal da moça. Gente sem coração viu!!! Pontualmente as 19h00, e totalmente inocente e desinibida, Mallu entra no palco do “Main Stage” mostrando que é do ramo com seu folk muito inspirado no grande Bob Dylan. A banda de apoio (toda uniformizada) era bem coesa, manda os hits virtuais um atrás do outro, com o destaque para “You Know You've Got”, “J1”, “Tchubaruba”, “Vanguart” e “Her Day Will Come”, que ganhou uma versão de “Your Mother Should Know,” lançada pelos Beatles, no disco “Magical Mystery Tour”. Numa versão levemente modificada de Folson Prison Blues” de Johnny Cash, a cantora encerra seu show com uma certeza: ela veio para ficar e que assim seja.

JESUS AND MARY CHAIN: hits “ointentistas” cativando fãs das antigas.
Uma das principais atrações da noite, o Jesus and Mary Chain chegava ao Main Stage com o status de banda grande. Dividindo o horário com o Foals no Indie Stage (dizem que foi o melhor show daquele palco), eis que os irmãos Jim e William Reid , voltando após 10 anos, sobem ao palco mandando “Snake Driver” e “Head On”, trazendo a alegria dos seus já antigos fãs. Daquele jeito que são, sem muita interatividade (teve gente que estranhou, mas eles são desse jeito mesmo) e agitação, mas com um apanhado de clássicos na manga, William Reid destila seus clássicos com sua guitarra. O que só achamos estranho foi que ela estava “limpa” demais, fazendo com que a banda perdesse seu “charme” de sujar suas músicas. Sem as distorções costumeiras, mas com uma boa banda de apoio, O Jesus toca clássico atrás de clássico: “Far Gone and Out”, “Between Planet”, “Blues From a Gun”, “Tennage Lust” e “Some Candy Talking”. A apresentação teve espaço até para uma nova música, “Kennedy Song”, dando a crer que deve vir disco novo por aí. Sem muito papo, Jim Reid, que se mostrava mais simpático do que o habitual, anuncia um de seus maiores clássicos: “Just Like Honey”, a mais cantada do show dos caras. “Reverence” chega para encerrar a apresentação do Jesus and Mary Chain de forma coesa e correta, alegrando seus fãs, com seu “greatest hits” dos anos 80. Bom show!

Set List:
1) Snake Driver
2) Head On
3) Far Gone and Out
4) Between Planet
5) Blues From a Gun
6) Tennage Lust
7) SidWalking
8) Cracking up
9) All things
10) Some Candy Talking
11) Happy When it Rains
12) Half Way to Crazy
13) Kennedy Song
14) Just like Honey
15) Reverence

THE OFFSPRING: Agitação máxima no melhor show do Festival.
Nossa, o que foi aquilo que acabamos de presenciar no show do Offspring? O patinho feio do festival roubou a cena? Sim, e que roubo. Nunca tive tanto orgulho dos meus tempos de adolescente como nesse show. Foram quase uma hora e meia de pulos, gritos e “air guitars” total. Enquanto a turma indie torcia o nariz pela (mal) escalação da banda, os seus fãs (a maioria do público presente) dava uma aula de como se agita num show. Aproveitando a turnê do seu último (e bom ) disco “Rise and Fall, Rage and Grace”, a turma do Offspring entra no Main Stage com a “partida ganha”. Os já não tão jovens assim Dexter Holland (Voz e guitarra), Noodles (guitarra, que parecia o Steve Vai usando seu ventilador ligado na sua frente), Greg Kriesel (baixo) e Pete Parada (bateria) chegam mandando “Stuff is Messed Up” (do novo disco). Chegamos a ver e ficar bem próximos da banda (cerca de 20 segundos cronometrados), mas, após um susto, tivemos que nos afastar dos “moshs”, pois ficava impossível distinguir alguma coisa além do empurra-empurra, de tão frenético que estava a galera. Depois de sermos quase esquartejados, mas ainda vivos e lá de trás, aonde a visão era ampla, mas com um som bem abafado, a banda começa a tocar seus hits radiofônicos do meu tempo de jovem adolescente cheio de espinhas. Meu, foi sucesso atrás de sucesso: “All I Want”, “Come Out and Play” e “Staring at the Sun” não deixa ninguém parado. Era cerca de 15 mil pessoas agitando sem parar com um sorriso largo. Aproveitando o sucesso que o “Americana” teve no Brasil (eles tocaram cerca de 8 músicas só desse disco), o Offspring aproveitava para testar sua popularidade por aqui. Todos cantavam até as virgulas das músicas. As novas músicas foram bem recebidas (destaque para a bela “Kristy Are You Doing Okay”), mas foi na seqüência de “Why Don't You Get a Job”, “Americana”, “Pretty Fly” (essa, sem exceção, foi cantada por todos os presentes) e “The Kids Aren't Alright” que pensei: podemos ir embora, eu já estava realizado. Mas que nada, depois de cerca de 17 músicas (foram 19 no total) ainda teve o bis com “Want You Bad” e para fechar, “Self Esteem”, do multi-platinado disco “Smash”. Nos fóruns indies da vida, o pessoal detestou (essa turma me lembra o pessoal do metal, que gente radical, viu!!!), mas é inegável que esses americanos, que já venderam mais de 40 milhões de disco, foram o que levaram mais fãs (acho que uns 70% da galera) ao Planeta Terra e os que mais agitaram a massa. Volto a repetir: nunca tive tanto orgulho da minha adolescência como nesse show do Offspring. Showzaço!!!!!!!!!

Set List:
1) Stuff is Messed Up
2) All I Want
3) Come Out and Play
4) Staring at the Sun
5) Hammerhead
6) Walla Walla
7) Gone Away
8) Mota
9) Have You Ever
10) Bad Habit
11) You're Gonna go Far Kid
12) Hit That
13) Kristy Are You Doing Okay
14) Why Don't You GEt a Job
15) Americana
16) Pretty Fly
17) The Kids Aren't Alright
18) Want You Bad
19) Self Esteem

BLOC PARTY: redimidos, mas não muito.
Não tínhamos a menor idéia do que o Bloc Party poderia fazer em seu show. Depois do polêmico playback que a banda “geriu” no último VMB da MTV, a turma do vocalista Kele Okereke tinha tudo para se redimir nesse show. Se redimiram? Em partes, sim. Em outras não. Depois da metade do público ter vazado felizes da vida pelo grande show do Offspring, eles tinha a ardua missão de levantar o público que ficou, que estavam bem cansados por sinal. Por volta de quinze para meia-noite, Okereke, Russell Lissack (guitarrista no melhor estilo emo de ser), Gordon Moakes (baixista e tecladista, um dos melhores instrumentista do festival) e Matt Tong (bateria) iniciam o show com
“Hunting for Witches” e “Halo”. Performance de grande nível, mas com uma platéia que via tudo respeitosamente, sem se empolgar. Com um som bem peculiar (imagine uma mistura de Living Color, mais New Order, mais algo de “brit” aqui, “indie” ali, pronto, você tem o Bloc Party), Okerere mostra bastante simpatia, principalmente em “Mercury”(gostei muito dessa música) e “This Modern Love”, nessa ela pede desculpas pelo playback da MTV. A apresentação segue firme até o seu fim com seu maior sucesso, “Helicopter”. Foi triste ver uma banda tão boa sair do palco com certa indiferença do público, bem ao contrário da apresentação deles no Circo Voador (RJ). Mas que esse playback fez estragos, ah sim, isso fez.

Set List:
1) Hunting for Witches
2) Halo
3) Positive Tension
4) Sings
5) Songs for Clay
6) Banquet
7) Better than heaven
8) Mercury
9) This Modern Love
10) The Prayer
11) Like Eating Glass
12) Ares
13) Flux
14) Helicopter

KAISER CHIEFS: “somos os Kaiser Chiefs”.
Depois de quase 9 horas de shows, estávamos exaustos para ver o que o Cerveja Antártica (ops, o Kaiser Chiefs) iria aprontar. Com a dura missão de animar a galera, que bem ou mal, tinha descansado um pouco no show do Bloc Party. Era quase duas da madruga quando, vindo diretamente vindo do treino de animação da torcida Gaviões da Fiel, esses ingleses, capitaneados por Ricky Wilson (vocalista) entra numa energia sem precedentes. Carvalho, quanta disposição desses caras, e a galera foi no embalo. Simon Rix (baixo), Nick Hodgson (bateria), Nick ‘Peanut’Baines (teclados) e Andrew ‘Whitey’ White (guitarra), junto com Ricky fizeram o segundo melhor show da noite.”Everything Is Average Nowadays” já embala todos e o sucesso “Everyday I Love you Less and Less” só comprova isso. Wilson é um showman de mão cheia, bem diferente da forma estática que muita banda do estilo. Ele vai para a galera, chama palmas e agita muito. Com uma “colinha”, ele tenta se comunicar em português com o público e repetia várias vezes falas como : “somos os Kaiser Chiefs” e “ele é um herói”, essa última em referencia a Peanut, que tinha acabado de operar de uma apendicite. O show continua energético com as chicletes “Ruby”, Modern Way” e Never Miss a Beat”. Vários fãs estavam com cartazes na mão: era “Na Na Na Na Naa” chegando para para obedecer o pedidos dos fãs. “I Predict a Riot”, com sua onomatopéia no melhor estilo lalalalala ajuda ainda mais a comprovar que foi saiba a escolha na produção em deixar o Kaiser Chiefs fechar esse grande evento. Com sua simpatia absoluta, Ricky Wilson anuncia “Oh My God”, numa versão aonde ele chama todos para cantarem e pularem junto com ele. Após o show podemos dizer que o Kaiser Chiefs saiu maior ainda do que já é aqui no Brasil. Grande show, fechando com chave de ouro esse festival.

Set List:
1) Everything Is Average Nowadays
2) Everyday I love you less and less
3) Heat Dies Down
4) You Want History
5) Ruby
6) Modern Way
7) Never Miss a Beat
8) Caroline, Yes
9) Na Na Na Na Naa
10) The Angry Mob
11) Half The Truth
12) I Predict a Riot
13) Take My Temperature
14) Oh My God


PRÊMIOS do Festival:
* Prêmio “Pula-pula” = Ricky Wilson do Brahma Chops (ops, Kaiser Chiefs), o “homi” parecia o Brice Dickinson de tanta disposição. Legal.

* Prêmio “Meus lindos cabelos” = Esse aqui vai para Noodles (com seus cabelos a lá Steve Vai) e Dexter Holland (cabelinho modelo Jon Bon Jovi 2008) ambos do Offspring.

* Prêmio “Eu conheço essa Música” = para “Pretty Fly” do Offspring. Só quem esteve em Saturno nesses últimos 10 anos para não conhecer a música.

* Prêmio “Erva doce” = para os eucaliptos estrategicamente colocados nos banheiros.

* Prêmio “Roger Daltrey” = Também para Ricky Wilson, que tentava, em vão, girar o cabo do microfone que nem o vocalista do The Who.

* Prêmio “Sou da praia” = William Reid (do Jesus) com seu inseparável óculos escuros em plena noite. E Okereke (do Bloc Party), com sua bermuda pedindo areia de praia.

* Prêmio “Estou sobrando na festa” = Esse vai ser dividido para três pessoas da platéia, o Japa , com seu cabelo loiro-vermelho-laranja-seilá-o-quê, para a mina que acabara de sair de um show do Poison em 1988, ou seja com calça modelo zebra, cabelo carregado de laquê e outras coisas mais e para o tiozão tipo motorista de caminhão com a camiseta do Motorhead (?).

* Prêmio “Ele é um Herói” = para Nick ‘Peanut’Baines, tecladista do Skol Beats (errei de novo, é Kaiser Chiefs), que fez o show após ter sofrido uma operação de apendicite. Não é para qualquer um não!!!

* Prêmio “Dinho Ouro Preto de Onomatopéia” = Kaiser Chiefs é claro, era um tal de Lalalala pra cá (I Predict Riot), rubyrubyruby pra lá, nanananana acolá, etc.

* Prêmio “Não tirem fotos das minhas rugas” = Offspring, que proibiu os fotógrafos de tirarem fotos do “chiqueirinho”, posição aonde poderiam ver as rugas dos “meninos”.

*Prêmio “Põe dinheiro no cofre” = Ricky Wilson de novo (esse cara é o papa-prêmio do Planeta Terra, hehehehe). Era muito engraçado ele tentando levantar suas calças várias vezes depois de toda a agitação.

E para finalizar ...

* Prêmio “Não sei aonde estou” = para o rapaz do estacionamento, que não sabia me informar o placar do jogo do Corinthians. Detalhe: ele estava com a televisão ligado, vendo o jogo no exato momento em que perguntei...

TUDO EM CIMA:
*A Vila dos Galpões foi um ótimo lugar para o evento, bem localizado, com uma ótima estrutura e sem problemas para estacionar. Pena que em 2009, o festival não será mais lá, pois o local vai dar espaço para um (mais um) shopping center.

*A organização foi algo que nunca tinha visto em nenhum festival que já presenciei. Muitas pessoa instruindo os “perdidos”, os palcos bem distribuídos, muitos banheiros (idéia de espalhar eucaliptos no chão para diminuir o mal cheiro foi perfeita), muitos bares e uma praça de alimentação ampla ficaram disponíveis ao público. Telão de alta definição, etc.

* As bandas escolhidas para o evento agradou a gregos e troianos.

TUDO EM BAIXO:
* Como nem tudo é perfeito, o preço cobrado no estacionamento oficial foi um assalto, 30 pilas é um absurdo.

* O som do “Main Stage” estava baixo para quem ficava um pouco mais afastado do palco.

* No telão, era um tal de escrever nome de música errada que já estava deixando muita gente nervosa.

* Não tinha água na região dos banheiros, então lavar a mão virou um missão impossível.

* Os horários dos shows: por três palcos, infelizmente, a produção não conseguiu conciliar os horários, ou você via o Foals no “Indie Stage” ou o Jesus and Mary Chain no “Main Stage”.

O Planeta Terra 2008 superou todas as expectativas, e mesmo com os pequenos problemas, tudo pode ser resolvido para 2009. Aliás, o problema mesmo será da produção do evento em arrumar um lugar tão bom quanto o Vila dos Galpões. Show de organização e estrutura. Não vejo a hora de ver como vai ser de 2009. E uma coisa é certa sobre o festival: INESQUECÍVEL!!!!

TV DELTA ROCK PRESS: Planeta Terra 2008
Por Dani Diniz.

2 comentários:

  1. Muito bom o post!!! Crítico e divertido!! kkkkkkkkkkk
    Concordo com alguns itens dele...Rs

    Valeu por postar o vídeo aí! ;)

    Dani.

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  2. Graaaaaaaande amilton!!! Beleza de resenha hein! Tá vendo, isso sim é uma resenha de show hsudahuads
    a do tiozinho do jogo do corinthians foi fodas duhsadhsuadhs, so vc mesmo pra lembrar desse timeco de segunda la no evento dsahudsahushdu

    Parabéns pelo superpost! =]

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