2 de nov. de 2008

DELTA ESTAVA LÁ (The Cult em São Paulo)




THE CULT
(Credicard Hall, São Paulo, 08/out/2008)

The Cult: não tão cultuados assim.

Lá vamos nós para mais um show no longinquo Credicard Hall, em São Paulo, ver mais uma vez o grande The Cult, que estava em turnê no Brasil para promover o bom disco “Born Into This”. Num frio de rachar em que parecia uma São Paulo dentro da geladeira. Juntando isso, além de ser uma quarta-feira, tínhamos ainda que enfrentar o famoso e caótico trânsito paulistano. Tudo jogava contra para não comparecer ao show, mas já com o ingresso na mão e o amor por esse estilo único que é o rock n' roll, vamos lá então se divertir.

Nunca agradeci tanto por um show ter atrasado. Com o trânsito travado da Marginal Pinheiros, metade da galera ainda estava do lado de fora (inclusive eu) do Credicard no horário em que o show fora marcado. Bem que atrasou demais, mas as 22h15 (45 minutos após o horário marcado) eis que a trupe do Cult, capitaneada por Ian Astbury adentra a um Credicard Hall cheio (cerca de 5 mil pessoas), mas não lotado, mandando “Nirvana”, após uma bela intro. O começo me surpreendeu, pois nos últimos shows que vi dos caras, “Lil Devil” tinha sido o cartão de visitas. “Rain” vem na seqüência, animando um pouco mais o público. Um boa noite básico é falado por Ian antes de anunciar “I Assassin”, primeira das 4 músicas do albúm “Born Into This” que a banda tocaria na noite.

Com o seu som variando entre o hard, pós-punk e o alternativo (sinceramente, nunca consegui definir o estilo da banda),é interessante o peso que a banda adquiri quando toca ao vivo, deixando as músicas com outras levadas. Bem assegurado pela cozinha competente de John Tempesta (bateria) e Chris Wyse (baixo), o guitarrista Billy Duff, com certeza foi o que tentou dar um diferencial da noite. Com a base apenas razoável do bom Mike Dimkitch, ele se sobressaiu sobre todos, principalmente na seqüência matadora (a melhor da noite) “The Witch”, “Fire Woman” e o mega hit “Edie (Ciao Baby), adicionando peso e melodia sem exageros.

Mas, e o grande vocalista Ian Astbury? Bem, infelizmente, não se pode (pelo menos nesse show) falar a mesma coisa. Mesmo com uma voz impecável (como canta o homem hein), Ian estava um tanto quanto burocrático, bem abaixo do show que vi deles em 2006. Parceia mal-humorado, sem aquela empolgação de estar ali, e vocês já sabem, um mestre de cerimônias sem animação, o público vai no embalo do mesmo e também não se empolgava. É claro que tínhamos sempre uns mais animados, curtindo e tentando elevar o astral da turma, mas Ian não ajudava. Tanto que falou pouco, mandando um obrigado ou outro entre as músicas, além de perguntar se gostávamos de futebol (??).

Com Billy Duff tentando segurar a peteca, o show continua intercalando velhas (e obrigatórias) e novas músicas. Grandes canções como “Lil Devil” (sim sim, ela foi tocada, graças a Deus), “Horse Nation” (grata surpresa do set list), “The Phoenix”, “Spiritwalker”e “Wild Flowers”foram executadas de maneira bem pesada pela banda, remetendo muito ao metal. Até as novas como “Illuminated”, “Savages” e “Dirty Little Rockstar” (uma das melhores do novo disco) ganharam versões mais pesadas do que estão no álbum. “Rise” do excelente “Beyond Good and Evil” veio para comprovar ainda mais o peso ao vivo da banda, mesmo com Ian sem empolgar muito. A já clássica “Love Removel Machine” é tocada como saideira e anima um pouco mais a galera.

Animação geral mesmo só chegou no bis com Billy Duff e Chris Wyse destruindo tudo em “Sweet Soul Sister” e na mega clássica “She Sells Sanctuary”. Também , essas levantam até defunto, não tem como, mesmo com Ian mudando praticamente toda a linha vocal de “She Sells Sanctuary”.

O set list foi bem escolhido, e até que foram tocadas muitas músicas (cerca de 19 músicas - sem contar a intro), principalmente porque Ian não queria muito papo, então a banda mandava uma atrás da outra. Faltou alguma? Claro, mas isso é gosto pessoal e set-lists nunca são unanimidades. Mas bem que podiam ter tocado “Revolution” (meu, hit não pode faltar) e “Citzens” (do novo disco). No final, teve gente que gostou, gente que odiou a burocracia do senhor Ian Astbury e gente, como eu, que achou o show bom (Ah! se não fosse o Billy Duff), apenas isso. Mas que podia ser no mínimo igual a empolgação do show de 2006, ah isso sim podia.

Set List

1) Intro
2) Nirvana
3) Rain
4) I Assassin
5) The Witch
6) Fire Woman
7) Edie (Ciao Baby)
8) Illuminated
9) Lil' Devil
10) Phoenix
11) Spiritwalker
12) Rise
13) Savages
14) Horse Nation
15) Dirty Little Rockstar
16) Wild Flower
17) Love Removel Machine
Bis
18) Sweet Soul Sister
19) She Sells Sanctuary

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